 O escaldante verão de 1977. Spike Lee tem altos e baixos, consegue ter obras medianas (a roçar o mau) mas depois, pelo contrário, tem obras memoráveis. Summer of Sam faz parte do segundo grupo. É um filme cru que consegue na perfeição fazer-nos viajar para esse famoso verão de 1977, um dos mais quentes de sempre na América. E não falamos só da temperatura. A criminalidade era uma constante, aqui representada pelo serial killer Son of Sam, o assassíno do calibre 44, que matava as suas vítimas na rua e dentro de carros estacionados, a sangue-frio e sem remorsos. Mira Sorvino e John Leguizamo protagonizam um casal que vive no bairro em que assassíno actua. Ela ama o marido cegamente mas ele é o Don Juan do bairro e está numa luta perdida para lhe ser fiel. O mundo está em mudança, as discotecas começam a ganhar força e o Estudio 54 está no seu auge. A frase "sexo, drogas e rock and roll" nunca foi tão bem aplicado. As minorias emergem e Spike Lee é brilhante a mostrar as variadas realidades da época. Um multiplicidade de histórias presentes numa América inconstante e revoltada. Tenho ainda de destacar a cena de dança entre os dois protagonistas, cheios de química, a invocar Uma Thurman e John Travolta em Pulp Fiction. Summer of Sam é, por todas as razões e mais algumas, um filme marcante e de referência, com Spike Lee em grande forma e sem falhas a apontar na sua realização, que transpira as emoções do verão que retrata. 
A minha classificação é de: 9/10 Etiquetas: Criticas |